Foi inaugurada esta segunda-feira, 20 de outubro, a empreitada de construção da ETAR de Cantanhede, localizada em Cochadas, freguesia da Tocha, e dos intersetores/emissários complementares de transporte.A empreitada, da responsabilidade da Águas do Centro Litoral (AdCL), teve um investimento global de 12,8 milhões de euros, cofinanciado a 47% pelo POSEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.Com uma capacidade de tratamento de mais de 14 mil metros cúbicos por dia, a ETAR de Cantanhede “assinala o fim de um problema ambiental nos concelhos de Cantanhede e Mira”, como referiu a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio.Ao intervir na sessão, presidida pelo secretario Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Silvério Regalado, a autarca sublinhou que a construção desta ETAR “representa efetivamente um investimento estruturante ao nível do ordenamento do território e reflete uma visão integrada do desenvolvimento municipal e regional”.“Se dúvidas houvesse, todo o processo inerente à construção desta ETAR reforçou a nossa convicção de que uma rede de saneamento eficiente e um tratamento adequado de águas residuais são condições de base para o planeamento territorial, contribuindo para tornar o território mais competitivo, mais sustentável e mais próximo dos padrões de qualidade ambiental que preconizamos”, complementou.Lamentando que esta solução tenha “demorado tanto tempo a ser desencadeada e implementada”, Helena Teodósio falou, ainda assim, numa “vitória que é fruto da determinação política, da capacidade técnica e da cooperação institucional”.Também o presidente da AdCL, Alexandre Tavares, destacou que esta empreitada foi “difícil de concretizar”, quer em projeto, quer na contratação das empreitadas, quer na própria execução.A ETAR, prosseguiu, terá um “elevado impacto territorial, nomeadamente nos municípios de Cantanhede e Mira, os quais alteram as condições de transporte, elevação e tratamento do saneamento no sistema Sul da Ria de Aveiro”.A encerrar a sessão, o secretario Estado da Administração Local e Ordenamento do Território destacou “um investimento muito importante para a região”. “Este foi um trabalho muito difícil, árduo, mas dele resulta melhor qualidade ambiental e melhor ordenamento do território”, referiu.A cerimónia contou ainda com a presença do presidente do Conselho de Administração da Águas de Portugal, António Carmona Rodrigues, da presidente do Conselho de Administração da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), Vera Eiró, de representantes da Agência Portuguesa do Ambiente, do presidente da Câmara Municipal de Mira, Artur Fresco, dos vereadores da Câmara de Cantanhede, Fernando Pais Alves, Célia Simões e Adérito Machado, do presidente da Assembleia Municipal, João Moura, do presidente do Conselho de Administração da INOVA-EM, Pedro Cardoso, e do administrador Pedro Castro.A ETAR de Cantanhede irá servir as áreas do município de Cantanhede, que atualmente são abrangidas pelo subsistema Ria Sul-Aveiro e a zona de ampliação da cobertura “em baixa”, nomeadamente as localidades de Ourentã, Cantanhede, Pocariça, Febres, Cadima, Sanguinheira e São Caetano e Tocha.A infraestrutura está dimensionada para águas residuais provenientes de 21.900 habitantes-equivalentes de população doméstica e de 15.100 habitantes-equivalentes de efluente industrial, baseando-se, para tal num sistema de tratamento biológico de lamas ativadas em regime de arejamento prolongado, com remoção de nutrientes e desinfeção final. Através de processos físicos e biológicos são removidos da água os detritos sólidos e a matéria orgânica dissolvida.