O Quarteto de Cordas da Orquestra Clássica do Centro realiza em Cantanhede, no próximo sábado, 19 de outubro, o concerto denominado “Cruzamentos e Enlaces”. Agendado para as 17h30, no auditório do Museu da Pedra, o evento é promovido pela Câmara Municipal de Cantanhede no âmbito de uma parceria com a Orquestra Clássica do Centro e o apoio da Direção Geral das Artes.O programa interpretativo está estruturado a partir de um trabalho de investigação do musicólogo, compositor e instrumentista de viloa d’arco David Wyn Lloyd sobre as características diferenciadoras e as semelhanças entre o fado, o tango e a morna. Segundo o autor conceptual do espetáculo, trata-se de “um trabalho de síntese, uma obra quase sinfónica que reúne algumas facetas dos estilos distintos daqueles géneros musicais e em que, por exemplo, uma música de ritmos “tangueros” se conjuga com melodias que permitem imaginar a letra do fado". De acordo com esta orientação de fundo, vão ser interpretados temas como “Loca” (Manuel Jovés), “Sons do Luar” e “Amor Perdido” (Francisco Menano), “Canção do Mar” (Ferrer Trindade), “Verdemar” e "Fusquinha", "Jom Dalómba" e "Minha Terra Mindelo" (Arr. David Wyn Lloyd), “Tango Argentino” (Matyas Seiber) e “El Choclo” (Angel Villoldo) entre outros.Em palco estarão os violinistas Pedro Carvalho e Victor Sousa, o viola d`arco David Wyn Lloyd e a violoncelista Raquel Ribeiro, acompanhados pelo acordeonista Jorge Caeiro, convidado para atuar com este quarteto de cordas constituído no âmbito Orquestra Clássica do Centro, prestigiada formação orquestral que tem atividade profissional desde 2001. Ao longo do seu percurso, tem contado com o contributo solístico e de regência de notáveis figuras do atual panorama musical, como Cesário Costa, Rui Massena ou Luís Carvalho, Marina Pacheco, Mário João Alves, Elisabete Matos, Dora Rodrigues Nelso Ebo, Dejan Ivanovic ou Adriano Jordão. Além da realização de concertos com densidade tímbrica e orquestral sinfónica, tem vindo a multiplicar a atuação de formações de câmara (trios, quartetos e quintetos, entre outras), disponibilizando assim um leque variado de programas/repertórios, em função das circunstâncias ou dos locais. Fomentar a cultura musical, dimensionar a vertente pedagógica e conferir apetência para ouvir e apreciar música erudita são os objetivos da Orquestra Clássica do Centro.David Wyn LloydDoutorado pela Universidade de Sheffield em Inglaterra, iniciou os seus estudos superiores em 1981, no Royal College of Music, em Londres, onde obteve vários prémios em viola-d’arco e música de câmara. Estudou com Peter Schidlof, do Quarteto Amadeus, e participou em masterclasses no IMS da Cornualha. Seguidamente desenvolveu uma carreira profissional intensa, tocando nas principais orquestras de Londres, colaborando em cinema e televisão e efetuando inúmeras gravações. David Lloyd foi membro da BBC Symphony Orchestra durante quatro anos, tendo tocado em muitas das grandes salas de concerto do mundo. Em Portugal, foi solista do naipe de violas da Orquestra do Porto, iniciando a seguir a sua atividade pedagógica em várias escolas profissionais. Desde 1996 é docente no DECA da Universidade de Aveiro onde leciona as disciplinas de Violino, Viola-d’arco e Música de Câmara. Dirigiu a orquestra desta Universidade entre 1998 e 2008, a ORI - Orquestra Raízes Ibéricas em vários concertos e ainda formações periféricas em Inglaterra e nos Estados Unidos. Desde abril de 2012 até 2016 foi Diretor Artístico e Maestro Titular da Orquestra Clássica do Centro. No ano 2014 foi-lhe concedido pelo Ministro da Cultura do Cabo Verde o título “Maestro Honorário Vitalício do Cabo Verde”. Em 2018 deu início a atividades na ESART (Castelo Branco) onde leciona música da câmara e viola-d’arco. Em outubro 2019 vai dirigir a Orquestra Clássica do Centro na estreia da sua obra “TangoFado Suite”, que lhe foi encomendada pela OCC.