- A matança do porco

- A Queima do Judas

- As bodas de casamento: 
Com a duração de dois dias e com grande quantidade de pratos em que não faltam as seguintes      iguarias gastronómicas: Canja de galinha, o tradicional "cozido à portuguesa", a chanfana, o leitão e o  arroz doce.
A tradição é cada um dos noivos ir para casa de seus pais com os respetivos convidados, oferta de  dois bolos regionais e um prato de arroz doce a cada um dos convidados, bem como a oferta de um “caçoilo” de arroz e uma galinha quando se trate dos padrinhos (Ançã). 
É também tradição, durante as bodas de casamento, enfeitar as casas e as ruas dos noivos.

- “Cantar as Almas Santas” ou “Amenta das Almas” 
Pela Quaresma, grupos de rapazes e raparigas vão a todas as casas cantar as "Almas Santas", sendo-lhes dada uma esmola em dinheiro que se destina à reza de missas pelas almas do Purgatório. 
Esse cântico, que é composto por muitas quadras, começa pela seguinte:

    À porta das almas santas,
    Bate Deus a toda a hora
    As almas lhe responderam:
    Meu Senhor, que quereis agora?


- “Serra-à-Velha” – Micareme (Sátira aos avós)
Na 4ª Feira de "Micareme", junta-se um grupo de homens munidos de um funil, de um serrote e de um bocado de cortiça, madeira ou latão. O grupo divide-se em duas partes, e lá vão os homens, durante a noite, disfarçados e sem serem vistos, visitar as casas onde haja pessoas idosas, avós pela 1ª vez, com o fim de as "serrarem", isto é: um dos grupos faz as perguntas através do funil e o outro responde e serra em cortiça ao mesmo tempo. As perguntas são de crítica com piadas às pessoas a quem se dirigem. Ao mesmo tempo, o que está com o serrote faz que "chora" como se estivesse no lugar do que está a ser "serrado". Isto tem graça na medida em que é ouvido pelos vizinhos e se descobrem coisas que eram desconhecidas de muitas pessoas. Normalmente, não se chega a descobrir quem foi o grupo do "serramento da velha".

- “Cepo Bento”
No dia 24 de Dezembro, ainda de dia, grupos de rapazes fazem uma fogueira onde durante toda a noite arde um grande tronco de árvore, à volta do qual muita gente confraterniza, conversando e comendo. O cepo que restar da fogueira é arrumado para queimar nos dias em que troveja, para que a trovoada passe mais depressa.
Nestas ocasiões de trovoada também é costume queimar o alecrim que foi benzido na Missa de Domingo de Ramos que quase toda a gente leva consigo à Igreja durante a Procissão de Ramos.

- As Maias (1º. de Maio) 
É tradição enfeitar, de madrugada, as janelas com flores selvagens e campestres, especialmente giestas amarelas.
Rito da fertilidade para com o novo ciclo da natureza, à celebração da Primavera ou ao início de um novo ano agrícola. 

- Oferta do “Pé de Porco” ao Santo António e carne de porco ao Menino Jesus no presépio. As ofertas são depois leiloadas.

- Noite de S. João
Roubar os carros de bois e levá-los para o adro da Igreja.

- “Adiafa” das Vindimas 
A Roca ou ramo, "bandeira" do povo da região da Bairrada.
Na vinha, as mãos ágeis das vindimadeiras confecionavam com um pau e varas das cepas a Roca que enfeitavam com uvas, bolachas e flores de papel. 
Este símbolo do final das vindimas, seguia na última dornada de uvas e era ofertado pela vindimadeira mais nova à lavradeira rica, declamando a seguinte quadra:

   Ofereço este raminho 
   Por menor idade 
   É oferecido por mim, 
   E p'la minha mocidade
  
  Ao que a lavradeira rica retorquia:

   Eu aceito e venero 
   Por ser das mãos de quem vem 
   Eu não era merecedora 
   De alcançar tamanho bem.

Seguia-se a "Adiafa", grande festa com sopa de grão-de-bico, carne de porco e "manga de capote" (massa), papas de abóbora, chanfana e arroz doce, tudo regado com muito, muito vinho. 
Ao som da concertina e à voz do mandador, dançava-se até às tantas da madrugada.

Conteúdo atualizado a 07.10.2020