Fundado em 1935 por Henrique Barreto, o Rancho Regional os Esticadinhos é um dos pilares culturais mais carismáticos da cidade de Cantanhede. Em 1940, devido à segunda guerra mundial, o grupo é obrigado a interromper a sua atividade até ao final de 1949. Recomeçam em 1950, graças à ação do grande cantanhedense Alberto Maria Andrade. Detentor de um dos trajes mais bonitos do folclore Português, representado pelo Trajo de Romaria da Gandaresa Rica e pelo Trajo do Lavrador Rico de 1850, o grupo foi ganhando fama e troféus, quer pelas suas danças vivas quer pela sua forma original de trajar. Pedro Homem de Melo, poeta e folclorista afirmou que o trajo de Os Esticadinhos era o mais garrido e típico trajo dos Ranchos de Portugal. O espólio desta coletividade é tão abonado em termos visuais e coreográficos como acústicos, tendo na sua herança vários temas originais compostos por Joaquim Saro Negrão. A sua primeira internacionalização acontece em 1974, na cidade de Nancy. Após algumas adversidades e interregnos enfrentados pela coletividade no decorrer dos anos, é inaugurada finalmente a sede própria do Rancho a 8 de dezembro de 1996, com muito sacrifício e dedicação da direção de então e do benemérito Carlos Garcia, que durante 12 anos cedeu gratuitamente as suas instalações para que a coletividade pudesse exercer a sua atividade. Em 1997 o Grupo relança as Marchas Populares no Concelho de Cantanhede, evento atualmente organizado pela Câmara Municipal em parceria com as Juntas de Freguesia do concelho. O Rancho Regional “Os Esticadinhos” possui ainda um museu (Museu Rural e Etnográfico do Rancho Regional “Os Esticadinhos” com um diversificado espólio etnográfico com peças que datam de 1870. O Rancho Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede formou em 1985 o grupo de teatro “Os Esticadinhos”. Para a sua génese em muito contribuíram Carlos Garcia, que fazia parte da direção desta coletividade desde então, e António Francisco, conhecido por todos como “Chico Carteiro”, o qual durante anos coordenou as peças de teatro (“Culpa e perdão”; “Malditas letras”; “Deus, ciência e caridade”; “Marido da minha mulher”; “Código penal”; “como se vingam as mulheres”; “Erro judicial”; “Meu marido que Deus o haja”; “Justiça ou vingança”; “Criado distraído”; “A órfã”; “Que mulheres”; “Casa de Pais”; “Cavalheiro respeitável”; “Duas causas”; “Marido de duas mulheres”; “Filho pródigo”; “Tire daí a menina”; “Filho sozinho”; “Flor da Aldeia”; “Crime de uma mulher honesta”; “Namoro engraçado”; “Rainha Santa” e “Processo de Jesus”). A peça “Processo de Jesus” foi relevante, tendo alcançado um êxito a nível de teatro amador no concelho. Participaram quatro dezenas de personagens, elementos do grupo, bem como atores dos grupos de teatro das Franciscas, Murtede, Sanguinheira e Vila Nova de Outil. Esta peça foi a palco em todas as localidades referidas e várias vezes na cidade de Cantanhede, chegando a ser apresentada na cidade de Viseu no ano de 2000. Em 2003 foi levada a palco a peça “Inês de Castro” encenada por Dulce Sancho. Em 2004, passou a coordenar o grupo de teatro Carlos Pacheco, o qual encenou e levou a palco as peças “Terra Prometida”, “Está lá fora o Sr. Inspetor”, “Tá tudo Maluco”, “Hotel 69”, “Inês de Castro e Rainha Santa” e “A Sr.ª Presidenta”. Todas as peças referidas são originais escritas pelo próprio Carlos Pacheco e apresentadas no Ciclo de Teatro promovido pelo Município entre os anos de 2004 a 2011. Por ser uma vontade da Direção do Rancho Regional “Os Esticadinhos” e umas valências de grande importância para dar de beber cultura e lazer, em 2016 foi ativado o Grupo de Teatro “Esticadinhos”.