Caros Munícipes,
A evolução da atividade municipal é marcada por ciclos fortemente influenciados pelas conjunturas económicas e políticas, mas que são também o reflexo das opções estratégicas e das dinâmicas de trabalho implementadas para as concretizar na prática.
Sendo certo que o papel e as atribuições das autarquias tendem a expandir-se ou a contrair-se em função de circunstâncias externas, o mais sensato é, quando são favoráveis, aproveitá-las até ao limite dos recursos disponíveis, e, quando desfavoráveis, mitigar o mais possível os seus efeitos, para diluir eventuais impactos sociais negativos, mas sem nunca descurar a perspetiva de que é necessário preservar condições para promover avanços na consolidação do processo de desenvolvimento.
Planeamento estratégico, proatividade e inovação são conceitos-chave que devem subjazer à governança municipal verdadeiramente orientada para o fomento da economia local e o reforço da coesão social, o que pressupõe a aposta na implementação de soluções alinhadas com os pressupostos do desenvolvimento sustentável e que concorram para o reforço da residência das comunidades.
Desse ponto de vista, temos assistido nos últimos anos àquilo que muitos consideram uma alteração do papel e da ação dos municípios rumo a uma descentralização que na verdade tarda em atingir a expressão desejável para fazer face a outras mudanças estruturais que estão a acontecer a vários níveis, tornando cada vez mais premente a adoção de práticas consentâneas com as exigências que hoje se levantam na resposta aos desafios que entretanto emergiram.
Relativamente ao que se tem passado em Portugal, a crescente transferência de competências da Administração Central para o Poder Local veio a traduzir-se num aumento considerável das responsabilidades dos municípios em setores em que tinham pouca ou mesmo nenhuma intervenção, o que, para além do significativo crescimento dos encargos, obrigou a ajustamentos na sua estrutura orgânica, de modo a acomodar e enquadrar funcionalmente os colaboradores adstritos aos serviços e atividades que passaram para a sua esfera de atuação.
Por outro lado, foi preciso precaver antecipadamente os meios para resolver o problema da degradação das instalações dessas novas áreas de intervenção municipal, o que, no caso concreto do Município de Cantanhede, foi devidamente acautelado em termos que estão a permitir a realização de obras estruturantes em importantes equipamentos coletivos, especialmente nas áreas da educação, saúde, ação social e habitação.
Neste contexto, o programa de investimentos na qualificação e modernização da rede escolar do concelho simboliza o reconhecimento da educação como um dos pilares da estratégia de desenvolvimento que o executivo camarário está empenhado em promover. O investimento superior a 30 milhões de euros nessa rubrica específica corresponde a uma visão de longo prazo que tem como propósito a relação entre educação de qualidade e crescimento sustentável, no pressuposto de que infraestruturas educacionais modernas e bem equipadas têm impacto positivo direto no desempenho dos alunos e incrementam a inclusão social.
Aposta importante é sem dúvida também a qualificação da rede de cuidados primários de saúde, processo que já começou, na sequência da aprovação de candidaturas para financiamento de nove empreitadas, incluindo a de reabilitação do Centro de Saúde de Cantanhede, o que, com a abertura do novo Centro de Atendimento Clínico, permite perspetivar melhorias significativas na resposta às necessidades dos cidadãos neste campo.
Outro eixo estruturante das políticas que a Câmara Municipal está a empreender é o da dinamização da base económica segundo uma estratégia focada na atração de investimentos empresarias, ao abrigo da qual a autarquia tem levado a cabo uma efetiva expansão das zonas industriais.
E depois temos um ambicioso programa de investimentos no reforço da coesão territorial, com destaque para as obras em infraestruturas, de que são exemplos eloquentes as já em curso ou previstas em equipamentos coletivos culturais e desportivos, a requalificação da rede viária e a reabilitação dos espaços públicos das zonas urbanas do concelho.
Aqui chegada, é de inteira justiça voltar a enaltecer a competência, o profissionalismo, a dedicação e o sentido de responsabilidade de todos quantos fazem parte das equipas do Município de Cantanhede. A eles se devem os níveis de eficiência e de eficácia que resultam de uma cultura organizacional construída a pensar no bem-estar das pessoas e no progresso do concelho.