Estimular o interesse e o conhecimento científico e tecnológico do vetor hidrogénio junto de diferentes players (empresariais, institucionais, investigadores e técnicos, entre outros), assim como posicioná-lo como elemento fundamental no novo paradigma energético mundial e nacional, atraindo e dinamizando o tecido empresarial e industrial para uma trajetória de maior valor acrescentado em produtos verdes e inovadores, é o objetivo do Roteiro do Hidrogénio, cuja última paragem foi em Cantanhede, esta terça-feira, 24 de maio.Organizado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e pelo Instituto Politécnico de Portalegre, esta iniciativa enquadra-se na Estratégia Nacional para o Hidrogénio e, particularmente, no esforço coletivo para a promoção de uma política industrial em torno do hidrogénio verde.Ao intervir na sessão de abertura, que decorreu no Biocant Park, a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, deu conta que o Município de Cantanhede “está muito atento às dinâmicas que se estão a gerar em torno da questão energética e quer estar na linha da frente, não só na adoção de sistemas tecnologicamente avançados nesse domínio, mas também no desenvolvimento de parcerias tendentes à criação de soluções integradas para satisfazer as necessidades dos agentes económicos e sociais a este nível”.A autarca entende que “o país precisa de caminhar mais rápido para essa transição, assumindo-a como um desígnio estratégico”, o que pressupõe a criação de condições favoráveis ao investimento em fontes de energia limpa, incluindo naturalmente a tecnologia do hidrogénio. “Ainda há um longo caminho a percorrer na transição energética, mas o Município de Cantanhede está não só empenhado em chegar a metas ambiciosas o mais rapidamente possível como está verdadeiramente interessado em percorrer esse trajeto com os agentes económicos e sociais no âmbito de parcerias vantajosas para todos”, concluiu.Já o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, Emílio Torrão, começou por considerar “emblemático” o local escolhido pela AIP para realizar o Roteiro do Hidrogénio, pois “Cantanhede afirma-se como um polo de desenvolvimento industrial”.O também autarca de Montemor-o-Velho entende que “valorizar a produção de hidrogénio” é um dos caminhos para responder à crise energética que a Europa enfrenta, por força do conflito na Ucrânia, e deu conta que a Comunidade Intermunicipal está a identificar os grandes consumidores de energia dos 19 municípios que a integram para, a partir daí, adotar soluções tendentes à descarbonização do território, nomeadamente com a implementação de comunidades energéticas.Jorge Gaspar, diretor da Unidade de Consultoria da AIP, agradeceu ao Município de Cantanhede o entusiasmo com que acolheu a iniciativa, garantindo que “a questão energética é já um tema do presente, com implicações quotidianas na vida de todos nós”.A sessão contou com intervenções de Luiz Rodrigues, do Instituto Politécnico de Portalegre, Isabel Santos, da AIP, António Ferreira, do Centro de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade, e Rafael Ribes e Raquel Lopez, da Orfeón Logística, grupo de empresas espanhol que se prepara para instalar uma plataforma logística com 22 hectares na Zona Industrial da Tocha.