Criação da ULS de Coimbra trouxe benefícios à saúde de Cantanhede

O presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, Alexandre Lourenço, faz um balanço positivo da atividade realizada em 2024 e entende que o concelho de Cantanhede saiu beneficiado com a mudança organizacional ao nível da prestação de cuidados de saúde.

Convidado a participar na última reunião ordinária da Assembleia Municipal, realizada esta sexta-feira, 27 de dezembro, este responsável sublinhou a evolução positiva nos Cuidados de Saúde Primários no concelho, não apenas com a contratação de médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar, mas também pela cobertura integral do território com Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B - o que além de garantir uma resposta moderna e de proximidade, permite a retenção de médicos nas unidades, uma vez que passaram a ter incentivos ao desempenho com aumentos salariais.

“Estou convicto que estão assegurados os recursos suficientes para a prestação de um serviço de qualidade ao nível dos Cuidados de Saúde Primários”, observou.

Alexandre Lourenço destacou, por outro lado, a abertura do Centro de Atendimento Clínico no Hospital Arcebispo João Crisóstomo (HAJC) - a funcionar nos dias úteis entre as 18h00 e 22h00, e aos fins-de-semana e feriados das 10h00 às 20h00 -, que se encontra ativo desde o passado dia 15 de dezembro e visa dar resposta a situações agudas de menor complexidade e urgência clínica.

O presidente da ULS assegurou que, face aos constrangimentos detetados nos últimos dias com a referenciação pela Linha SNS24, quem se deslocar ao hospital de Cantanhede será atendido. A par disso, pelo facto de se prever maior procura de cuidados médicos nos dias 2 e 3 de janeiro, haverá duas equipas de serviço, o que permitirá duplicar os atendimentos.

Ainda no que diz respeito ao HAJC, em 2025 será reativado o serviço de Oftalmologia e serão criadas as unidades de Audiologia e Doença Vestibular e a Unidade de Dia e Promoção de Autonomia. A par disso iniciam os rastreios de Retinopatia Diabética (que se estima abranger um universo de 5 mil utentes) e as juntas médicas, que servirão os concelhos de Cantanhede, Mira e Mealhada.

A regularização dos vínculos profissionais foi outro dos aspetos destacados por Alexandre Lourenço, que terminou a sua intervenção com elogios à criação de um hospital-escola no Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro (CMRCC) - Rovisco Pais, no âmbito de um protocolo celebrado com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra e o Município de Cantanhede.

“Já em janeiro inicia uma pós-graduação e até 2030 teremos a funcionar três licenciaturas nesta unidade de referência nacional, com 600 alunos”, referiu, adiantando que está prevista a criação de mais 30 camas no primeiro trimestre de 2025.

Já a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, começou por enfatizar o “diálogo excelente” com a ULS de Coimbra, garantindo que o principal objetivo passa por “ir de encontro às necessidades da população”.

Confessando-se uma “eterna insatisfeita” ao nível da prestação de cuidados de saúde, a autarca realçou, ainda assim, os “passos positivos” que têm vindo a ser dados, nomeadamente com a abertura do Centro de Atendimento Clínico, que permitiu alargar o horário de atendimento a situações agudas. Ainda assim, garantiu, “vamos continuar atentos, para ver se há necessidade de reforçar os serviços”.

Helena Teodósio elogiou ainda a “mudança de paradigma” no CMRCC - Rovisco Pais, que reúne todas as condições para se tornar um “polo universitário de excelência”, e destacou a contratação de mais quatro médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar, que permite uma cobertura de 100% do concelho.