Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede com espetáculos em Cordinhã, Portunhos e Cadima

O Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede regressa no próximo fim de semana com a itinerância de três grupos envolvidos nesta ação de revitalização da atividade teatral promovida pela edilidade cantanhedense, designadamente pelo grupo Resistência Teatro Produções, pelo Grupo de Teatro Amador da Tocha e pelo Grupo de Teatro Pedra Rija de Portunhos.

O Resistência Teatro Produções sobe ao palco do Salão da Junta de Freguesia de Cordinhã, no sábado, às 21h30, para representar “Os Anjos não choram”, de Manuel Tomé.

Esta peça baseia-se em dois irmãos que subitamente ficam sem os pais, falecidos num trágico acidente de viação, e se veem sozinhos, sendo então enviados para um orfanato. O diretor da instituição, de temperamento rígido, impõe-lhes uma disciplina severa, mas ambos são destemidos e não se deixam intimidar. Entre desafios e peripécias, o rapaz acaba por ser castigado. Revoltado com a situação, decide planear uma fuga do orfanato em busca de liberdade e de um novo destino.

Também no sábado, às 21h30, no Centro Cultural de Portunhos, o Grupo de Teatro Amador da Tocha vai representar “Uma proposta Indecente”.

Trata-se de uma comédia que expõe o caos e a desconstrução das relações familiares quando o passado ressurge de forma inesperada. Após a morte de um homem de uma família rica e aparentemente tranquila, o que deveria ser um momento de luto torna-se um campo de batalha repleto de humor e mistério. Entre revelações e conflitos, um simples enterro transforma-se num verdadeiro teste aos limites do aceitável.

Também no sábado, às 21h30, na sede da Associação Cultural e Desportiva do Casal, em Cadima, o Grupo de Teatro Pedra Rija de Portunhos vai levar a palco “Os Ratos da Pensão Estrela”, de Agatha Christie, adaptador por Kelly Salgado, Sílvia Santos e Mário Marques.

“Os Ratos da Pensão Estrela” resulta da adaptação ao contexto português do conto “Os três ratos cegos” de Agatha Christie, o qual deu origem à conhecida peça “A Ratoeira”.

É uma das obras de suspense psicológico mais emblemáticas da autora, que mistura mistério e tensão. Explora temas como a desconfiança, a atribuição de culpa ao outro e os limites da capacidade de perceção humana, fazendo ainda alguma alusão a questões da ordem do dia, como a violência doméstica e a saúde mental.

A história desenrola-se em torno de um grupo de pessoas que se encontram numa pensão isolada durante uma tempestade de neve, após ter sido noticiada a ocorrência de um assassinato na cidade mais próxima. Quando um segundo assassinato ocorre nessa mesma pensão, todos os presentes começam a ser suspeitos e ninguém parece ser completamente inocente. Cada uma das personagens tem segredos e motivações ocultas e o público vê-se imerso num jogo psicológico, em que as pistas confundem e a verdade parece fora de alcance. O mistério é resolvido no final, mas não sem antes criar uma série de reviravoltas e deixar o público com uma sensação de inquietação.

Recorde-se que a edição deste ano do Ciclo de Teatro decorre até abril, num total de 38 sessões de teatro, envolvendo a participação de mais de 350 pessoas, entre atores e outros elementos que asseguram diversas tarefas inerentes à produção e montagem dos espetáculos.

Durante quatro meses, todos os fins de semana, haverá a apresentação de, pelo menos, uma peça de teatro numa das freguesias onde desenvolvem intervenção cultural as coletividades que vão dar corpo a esta ampla ação cultural, em algumas datas com representações simultâneas em diferentes locais.