ETAR das Cochadas deverá estar a funcionar dentro de um ano

A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede visitou esta sexta-feira, 2 de junho, a empreitada de conceção e construção da nova estação de tratamento de águas residuais (ETAR) das Cochadas. A visita, na qual também estiveram presentes os administradores da Águas do Centro Litoral e o presidente da Câmara Municipal de Mira, Raul Almeida, surge cerca de quatro meses depois da consignação da obra.

Em causa está um investimento global de 12,8 milhões de euros, cofinanciado pelo POSEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, montante que já inclui a empreitada de aumento da capacidade das infraestruturas, num valor de 3,7 milhões de euros, para reforçar o sistema de saneamento da Ria Sul-Aveiro e solucionar o saneamento nos municípios de Cantanhede e Mira.

Nesta visita às obras, Helena Teodósio ficou a par do andamento dos trabalhos, prevendo o consórcio “Espina & Delfin/ Factor Ambiente” e os responsáveis da Águas do Centro Litoral que a ETAR esteja a funcionar no primeiro semestre de 2024.

“Esta obra é, de facto, importante do ponto de vista ambiental, mas também permitirá o crescimento industrial nesta zona do nosso território”, destacou a autarca, que espera ver esta importante infraestrutura a funcionar no primeiro semestre de 2024. “É importante que se cumpram os prazos”, alertou.

Além da estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Cantanhede, a empreitada inclui a construção de 1,2 km de emissários de saneamento e ainda o aumento de capacidade das cinco estações elevatórias existentes: Pocariça, Pisão, Catarinões, Taboeira e Casal dos Netos.

A ETAR irá servir as áreas do município de Cantanhede que atualmente são abrangidas pelo subsistema Ria Sul-Aveiro e a zona de ampliação da cobertura “em baixa” desse município, nomeadamente as localidades de Ourentã, Cantanhede, Pocariça, Febres, Cadima, Sanguinheira e São Caetano e Tocha. Está dimensionada para tratar 14.688 m3/ dia de águas residuais provenientes de 21.900 habitantes equivalentes de população doméstica e de 15.100 habitantes equivalentes de efluente industrial.

A nível de tratamento, o processo é baseado num sistema de lamas ativadas operando em regime de arejamento prolongado, em reatores de funcionamento contínuo, precedido de um poço de grossos, gradagem grossa, elevação inicial, tamisação, desarenamento/ desengorduramento e tanque de homogeneização/ equalização. O efluente tratado será clarificado numa etapa de decantação secundária, seguida de filtração em areia e desinfeção ultravioleta (tratamento terciário). Já o tratamento biológico contemplará, ainda, a remoção biológica de azoto e fósforo, sendo complementado por uma etapa de remoção química de fósforo.

O tratamento da fase sólida (lamas) será constituído por uma etapa de espessamento mecânico das lamas em excesso produzidas na instalação, precedido de tanque de lamas por espessar, seguido de um tanque tampão de lamas espessadas e de uma etapa de desidratação mecânica em centrífugas, com armazenamento das lamas desidratadas em silo.