A Câmara Municipal de Cantanhede aprovou, por maioria (5 votos a favor e 2 abstenções), na reunião camarária ordinária de 3 de abril, o Relatório de Gestão de 2023, sendo de destacar a poupança de 6,78 milhões de euros (ME) de receita corrente que foram canalizados para as despesas de capital, o que, segundo refere a presidente da autarquia “reflete a assertividade e a eficácia da gestão financeira do último exercício económico”.Na apreciação que faz ao documento no texto introdutório, Helena Teodósio enfatiza ainda como indicadores relevantes “o saldo de gerência de 2,64 milhões de euros existente a 31 de dezembro de 2023 e o prazo médio de pagamento a fornecedores, que se ficou pelos 20 dias”.A autarca adianta depois que do relatório de gestão é possível perceber “a consolidação das alterações organizacionais decorrentes da assunção de novas competências que estavam na esfera da Administração Central, realidade que teve repercussão financeira na despesa total, cujo valor ascendeu a 34.207.774 euros, refletindo assim um aumento de 8% relativamente ao ano anterior. Esse aumento teve, como se esperava, maior incidência na despesa corrente, particularmente com o pagamento aos trabalhadores, rubrica que em 2023 atingiu 11.287.004 euros, mais 18% do que em 2022, tendo passado a representar 32,99% dos gastos totais do Município”, explica a líder do executivo camarário cantanhedense.Sobre esta questão, Helena Teodósio afirma que, “nos termos dos acordos celebrados com o Governo, o processo de assunção de novas competências representou um aumento significativo de trabalhadores, que passaram de 334 em 2021 para 497 em 31 de dezembro de 2023, neste caso ainda sem os que só viriam a ser transferidos na sequência da assinatura do auto de transferência celebrado com o Ministério da Saúde”, já em março de 2024.Outra rubrica da despesa corrente que também cresceu em resultado das competências transferidas da Administração Central foi a que diz respeito aos fornecimentos e serviços externos, “esta com uma evolução para 5,2 milhões de euros, um valor 18,75% acima do registado no exercício antecedente, embora neste caso também influenciada pelo aumento da inflação”.No que respeita à despesa de capital, Helena Teodósio considera que “o impacto financeiro decorrente do investimento em infraestruturas e equipamentos nas áreas que passaram para a tutela do Município atingiu alguma expressão, mas deverá acentuar-se significativamente em 2024 com os pagamentos das obras entretanto iniciadas e outras a iniciar em escolas e instalações dos serviços de saúde e de ação social”. A concluir a sua análise, a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede afirma que “o executivo camarário tem seguido, e vai continuar a seguir, uma agenda muito focada no forte investimento em infraestruturas, na rede viária e equipamentos coletivos que induzem a maximização dos benefícios económicos, sociais e culturais numa base sustentável, otimizando os recursos que acreditamos ser possível mobilizar para esse efeito. Esse continua a ser o grande desafio, um desafio que aliás continua bem expresso no Orçamento de 2024, e que com certeza iremos concretizar”, acrescenta.