Calcário de Ançã reconhecido como Pedra Património Mundial

O calcário de Ançã foi reconhecido como Pedra Património Mundial. O anúncio foi feito este domingo, 21 de abril, em Ançã, por Daniel Martín Freire, membro do conselho da IUGS Subcommission Heritage Stones, organismo da UNESCO.

Este anúncio é o culminar do processo de candidatura conduzido pelo Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, sob a coordenação da professora e investigadora Helena Henriques, e cuja apresenta científica ocorreu há precisamente um ano, na Assembleia Geral da União Europeia de Goeciências, em Viena (Áustria).

De acordo com Daniel Martín Freire, a atribuição da chancela da UNESCO ao calcário de Ançã, “é um ponto de viragem no que diz respeito à conservação e valorização” deste recurso natural, referindo que o culminar deste processo “homenageia todos os habitantes de Ançã”.

Para a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, esta distinção “é mais do que justa, mas não um fim em si mesmo. Estou certa que está dado o primeiro passo para outros voos”, referiu.
“O Município de Cantanhede esteve de braço dado com este projeto, porque se trata de algo que nos dá um enorme orgulho”, destacou a autarca, deixando um profundo agradecimento ao presidente da Junta de Freguesia de Ançã, Cláudio Cardoso, pelo intenso trabalho, e a Helena Henriques, diretora do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, pela dedicação ao projeto.

A edil cantanhedense lembrou, porém, que juntamente com a maior atratividade nos planos cultural e turístico, este reconhecimento à escala mundial “traz uma maior responsabilidade” nos passos que serão dados daqui por diante.

Já depois de ter declamado um poema de António Gedeão, que homenageia todos os que trabalharam e trabalham a pedra, o vice-presidente da Câmara Municipal com o pelouro da Cultura, Pedro Cardoso, sublinhou “o papel determinante do Museu da Pedra para continuar o trabalho de valorização, conhecimento, divulgava e conservação deste recurso natural e cultural”. 

“Este selo da UNESCO atesta a importância geológica, paleontológica, cultural, sociológica e histórica do calcário de Ançã e a dimensão artística da pedra de Ançã”, enfatizou.

Visivelmente orgulhoso com o resultado deste longo e exigente processo, o autarca de Ançã, Cláudio Cardoso, deixou o compromisso da freguesia em “defender, promover e valorizar os valores identitários do território”, anotando que pela frente haverá “um árduo trabalho e vários projetos” em torno do calcário de Ançã.

Por último, a diretora do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, Helena Henriques, deu conta que a Pedra de Ançã “nasce aqui, mas é da Humanidade” e agradeceu o trabalho de preservação deste importante património, que espera ver potenciado no futuro.

Em Portugal, o calcário de Ançã junta-se, assim, aos mármores de Estremoz, calcário Lioz e brecha da Arrábida, que já contavam com as designações de Pedra Património Mundial.