Dado os cenários e as projeções climáticas para o futuro, a Câmara Municipal de Cantanhede avançou com a conceção do Plano Municipal de Ação Climática (PMAC), com medidas e ações destinadas a mitigar eventuais impactos futuros a este nível, protegendo a qualidade de vida da população e garantindo um futuro sustentável para as próximas gerações.O PMAC de Cantanhede está alinhado com o Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, assim como com outros planos de ação desenvolvidos por este Município.O objetivo é responder de forma eficaz aos eventos climáticos extremos, através de adoção de políticas ambientais que conduzam à neutralidade carbónica e à adaptação das vulnerabilidades climáticas atuais e futuras do território.O documento foi aprovado em reunião de Câmara em agosto do ano passado e esteve em período de consulta pública de 28 de agosto a 10 de setembro de 2024.Durante o período de consulta pública, foi rececionado um contributo relacionado com a introdução do biometano como fonte de energia renovável. Este gás renovável, proveniente da valorização de bioresíduos, integra os vetores de produção de energia local. Uma das suas principais vantagens é a possibilidade de ser produzido de forma descentralizada, o que contribui para o desenvolvimento regional e para a descarbonização do consumo de gás.O PMAC foi aprovado em Assembleia Municipal no dia 27 de dezembro de 2024 e a presidente da autarquia, Helena Teodósio, considera-o “um valioso instrumento para enfrentar os desafios das alterações climáticas de forma estruturada e eficaz. Este plano reflete o nosso compromisso em combater as alterações climáticas, reduzir as emissõesde carbono, eliminar os fatores que concorrem para gerar impactos negativos no território e adaptar o território de modo a torná-lo mais resiliente neste campo” .O aumento de risco de catástrofe, a ocorrência de incêndios, a redução da disponibilidade de água para abastecimento e rega, assim como doenças associadas à poluição do ar são alguns dos impactos das alterações climáticas.O Município pretende reduzir as emissões no setor da indústria, agricultura, resíduos, transportes, residencial e serviços.O aumento da produção fotovoltaica para autoconsumo, a substituição da iluminação existente por LED nos edifícios industriais e nas instalações agrícolas, a utilização de biocombustíveis nas indústrias, a redução da produção de resíduos per capita, assim como a diminuição dos consumos derivados de petróleo nos transportes são alguns exemplos de medidas que constam no plano.Criar incentivos à implementação de jardins e coberturas verdes, promover soluções de arrefecimento evaporativo em espaços verdes e públicos abertos, ampliar e monitorizar a rede pública de águas pluviais e melhorar as condições de escoamento de água em zonas críticas, bem como criar áreas verdes municipais, com diversificação de espécies são outras das propostas.É intenção ainda elaborar um plano de divulgação e comunicação do PMAC, com um manual de boas práticas ambientais, a fim de sensibilizar os munícipes para a importância deste tema.“As ações locais são essenciais para alcançar um impacto global e, por isso, estamos a trabalhar de forma integrada com a comunidade, outras autarquias e entidades regionais, para promover práticas sustentáveis e garantir a proteção das nossas infraestruturas e da qualidade de vida dos nossos cidadãos”, frisou o vice-presidente da Câmara Municipal com o pelouro do Urbanismo, Pedro Cardoso.