Atividade Física ao Ar Livre

A atividade física tem um papel decisivo na saúde e bem-estar das populações, pelo facto de estar diretamente ligada à prevenção de um conjunto importante de doenças crónicas não transmissíveis, já anteriormente abordadas. Ainda assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS), prevê que um país com níveis de atividade física muito inferiores aos recomendados, tem consequentemente, maiores custos de saúde e produtividade, não só diretos, no âmbito da utilização dos serviços de saúde, mas também indiretos, como por exemplo o absentismo ou a produtividade limitada. Assim, um dos maiores desafios, atualmente, passa pelo combate ao absentismo e à inatividade física.
Contudo, devido à situação epidémica que o país atravessa e por forma a diminuir progressivamente a transmissão do vírus, têm sido implementadas de acordo com as várias fases de preparação e resposta ao mesmo, normas que definem a prática de atividade física. Desta forma e num momento em que estamos sujeitos a novo confinamento, é necessário readaptarmo-nos e respeitando as normativas da Direção Geral de Saúde, voltarmo-nos para uma prática desportiva individual em casa ou ao ar livre, precavendo o distanciamento físico, a higienização das mãos e a etiqueta respiratória.
Assim, não há desculpa para não se exercitar, estando comprovado que o treino no exterior destaca inúmeros benefícios para a nossa saúde física e mental, além de ser mais económico e possível de se praticar em todo o lado.

Benefícios da prática de atividade física no exterior:

- Redução do stress e aumento do bem-estar em geral
Treinar ao ar livre aumenta o equilíbrio, reduz o stress e aumenta a produtividade.
- Aumento dos níveis de vitamina D e de endorfinas
A prática da atividade física no exterior estimula a sua dose diária, contribuindo para o bom funcionamento do corpo, para além de estimular reforço do sistema imunológico.
- Aumento do equilíbrio
Treinar em solos irregulares, como na areia por exemplo, ou pisos com inclinação ativa a proprioceptividade, estimulando o equilíbrio.
- Maior concentração e intensidade variável
Numa corrida ou caminhada ao ar livre o percurso é sempre mais imprevisível, podendo contar com inclinação e declive, fazendo assim variar a intensidade e exigindo de nós uma maior concentração e reação aos imprevistos que possam surgir no percurso.


Algumas opções de atividades ao ar livre:

- Corrida e caminhada
- BTT ou andar de bicicleta pela cidade (preferencialmente na ciclovia)
- Yoga
- Pilates


Atividade Física durante a gravidez

A Organização Mundial de Saúde, recomenda que todas as mulheres grávidas e no pós-parto sem contraindicações, devem realizar atividade física regular, pelo menos 150 minutos de atividade aeróbia de intensidade moderada ao longo da semana, para efeitos substanciais na saúde. Assim, estas devem incorporar atividades, não só aeróbias e de fortalecimento muscular diversificadas, mas também, adicionar alongamentos leves. Contudo, as mulheres que antes da gravidez, praticavam habitualmente atividades aeróbias de intensidade vigorosa, ou aquelas que eram fisicamente ativas, podem continuar essas atividades durante a gravidez e no pós-parto.

Segundo a mesma organização, a atividade física nas mulheres grávidas e no pós-parto, reduz o risco de pré-eclâmpsia, de hipertensão gestacional, de diabetes gestacional, do ganho excessivo de peso, de complicações no parto e de depressão no pós-parto, de complicações no recém-nascido, de efeitos adversos do peso ao nascer e do risco de natimortalidade.


Atividade Física em crianças, adolescentes e adultos com deficiência

Muitos dos benefícios da atividade física para a saúde, já anteriormente aqui destacados, também se aplicam a crianças, adolescentes e adultos com deficiência.
No caso de crianças e adolescentes com deficiência, os benefícios adicionais da atividade física são a melhoria da cognição em indivíduos com doenças ou distúrbios que prejudicam a função cognitiva, incluindo o transtorno do défice de atenção/hiperatividade(TDHA) e melhorias na função física em crianças com deficiência intelectual. Por sua vez, no caso dos adultos com deficiência, os benefícios incluem: para adultos com esclerose múltipla, a melhoria da função física e dos domínios físico, mental e social da qualidade de vida relacionada com saúde; para indivíduos com lesão na medula espinal, a melhoria da função de caminhada, da força muscular e da funcionalidade das extremidades superiores, aumentando a qualidade de vida relacionado com a saúde; para indivíduos com doenças ou desordens que comprometem a função cognitiva, a melhoria da função física e cognitiva (em indivíduos com doenças de Parkinson e histórico de acidente vascular cerebral), efeitos benéficos na cognição e melhoria da qualidade de vida (em adultos com esquizofrenia e depressão clinica severa, bem como a melhoria da função física em adultos com deficiência intelectual.

Assim, a Organização Mundial de Saúde, recomenda que no caso das crianças e adolescentes com deficiência, estes devem realizar pelo menos uma média de 60 minutos por dia, de atividade física de intensidade moderada a vigorosa, maioritariamente aeróbia, enquanto que as atividades aeróbias de intensidade vigorosa, bem como atividades de fortalecimento muscular e ósseo, devem ser incorporadas em pelo menos três dias por semana. Contudo, a mesma organização, no caso dos adultos com deficiência recomenda uma prática de pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbia de intensidade moderada, ou pelo menos 75 a 150 minutos de atividade física aeróbia de intensidade vigorosa. Estes devem realizar, simultaneamente, atividades de fortalecimento muscular de intensidade moderada ou superior, que envolvam os principais grupos musculares, pelo menos dois dias por semana.


Atividade Física Sénior

A evidência tem vindo a demonstrar que a prática de atividade física regular, contibui para o aumento da longevidade e para a prevenção de várias doenças crónicas não transmissiveis, tais como, a hipertensão, doença cardíaca coronária, AVC, diabetes e depressão. Contudo, a ausência de doenças não é sinônimo de saúde, a condição física e mental deve ser levada em consideração. Assim, o aumento do nível de atividade física desenvolvido diariamente (tendo em consideração o tipo, a quantidade/volume e a intensidade) encontra-se associado de forma inversa à mortalidade e à morbilidade.
Em contexto de isolamento social, o cumprimento de recomendações a fim de combater o sedentarismo, junto da população sénior,assume-se como um desafio ainda mais relevante para contrariar esta tendência. Desta forma deve:
-Minimizar o tempo passado em comportamento sedentário
-Interromper, sempre que possível, longos períodos passados em posição sentado
-Colocar o comando da televisão mais distante de forma a ter de se levantar para o poder utilizar
-A cada 20/30 minutos, deve levantar-se e caminhar pela casa (
Guia de recomendações para Desporto Sénior, IPDJ)

Podemos assim, afirmar convictamente que a prática de uma atividade física regular, aliado a um estilo de vida saudável, está intimamente ligada ao aumento da esperança média de vida.

Segundo pesquisa publicada no British Journal of Sports Medecine, estima-se que 30 minutos de atividade física, seis dia por semana, não só reduz o risco de morte, como também, pode aumentar a esperança média de vida em 15 anos, como descreve o gráfico apresentado. Porquê perder mais tempo?


Como ser ativo em casa - fases da sessão de treino

O Desporto, na sua dimensão mais ampla, tem vindo a enquadrar ao longo dos tempos, diferentes formas e expressões de comportamentos humanos, envolvendo, em ultima análise, uma dimensão multifatorial que inclui, desde logo, a expressão do potencial individual de cada cidadão e do qual resulta um invariável impacto no domínio social, cultural e económico. Como refere Manuel Sérgio, estamos no domínio do Homem que se supera em busca da transcendência. (Da ciência à transcendência – Epistemologia da motricidade humana)

A expressão individual do “eu” no contexto social, o rendimento desportivo, a cultura física e a educação desportiva, a saúde, a qualidade de vida e o bem-estar são, por isso, diferentes faces da mesma moeda.

Assim, dependendo do nível habitual de prática de exercício físico, a sua condição física e o seu estado de saúde, agrupámos as diferentes propostas com exemplos de exercícios que poderá realizar em casa, respeitando as seguintes fases:

- Aquecimento: tem por objetivo preparar o organismo para a parte fundamental da sessão de exercício físico, permitindo ativar os sistemas e aparelhos mobilizados durante a mesma (cardiorrespiratório, hormonal, músculo-esquelético, entre outros). Deverá ainda privilegiar exercícios realizados de forma cíclica que envolvam os grandes grupos musculares. (Ex: Marcha no lugar, corrida, bicicleta e elíptica)
- Parte Fundamental: deverá ir ao encontro dos seus objetivos, devendo ser realizada em função das suas limitações, nível de prática e de aptidão física. Num contexto de isolamento social, poderá incluir atividades aeróbias e exercícios de treino de força muscular para os principais grupos musculares (membros inferiores, membros superiores e tronco)
- Retorno à calma: dedique os minutos finais da sessão de exercício físico para relaxar, diminuindo gradualmente o seu ritmo cardíaco e recuperando assim do esforço realizado. Aproveita para realizar uma sequência de alongamentos específicos, adaptando o tempo desta fase em função da intensidade do esforço que realizou previamente.


Controlo e Avaliação da Atividade Física

Controlo e Avaliação da atividade física informal

Com o intuito de avaliar os parâmetros fisiológicos, referentes à via aeróbia que caracterizam uma determinada atividade física, propomos que a mesma seja monitorizada e controlada, através da frequência cardíaca (FC). Assim, a frequência cardíaca pode ser utilizada como um meio para quantificar a carga de treino através do impulso de treino (TRIMP), pois este, traduz-se num bom indicador da intensidade do mesmo. Contudo, entre a comunidade científica, encontramos alguma variabilidade de fatores que podem influenciar a FC, nomeadamente fatores ambientais, (temperatura e humidade), biológicos (estado de treino e hidratação) e psicológicos (stress). Entendemos assim, identificar a fórmula do cálculo da FC máx. e apresentar percentagens de trabalho em função da idade do individuo, para tal utilizamos o seguinte método de Astrand, que consiste na aplicação da seguinte fórmula:

- Nas mulheres: (226 - a idade = x bpm)
- Nos Homens: (220 - a idade = x bpm)


Por forma a gerir o seu treino, pode medir a sua FC, colocando dois dedos sobre a artéria carótida, sobre o lado direito, e sentir aí a pulsação durante 15 segundos, multiplicando posteriormente este valor por 4. (anexo tabela de zonas de treino).

Exemplo prático: TRIMP: tempo de treino = (minutos) x frequência cardíaca média (bpm). Por exemplo, 30 minutos a 145 bpm. TRIMP = 30 x 145 = 4350.
• 1ª Sessão: 25’ / 130bpm / 3250 TRIMP
• 2ª Sessão: 40’ / 120bpm / 4800 TRIMP
• 3ª Sessão: 50’ / 140bpm/ 7000 TRIMP
Totalizando 15050 TRIMP

Após a atividade física poderá utilizar de forma útil e para desportos com atividade intermitente e irregular a perceção subjetiva de esforço (PSE), estando provada uma grande afinidade entre a fadiga percebida pelo praticante, utilizando a escala de CR10 de Borg. (anexo escala de Borg)



Principios do treino desportivo

Informação para o texto a publicitar:

Um treino é todo um programa de exercícios planeado para melhorar as habilidades do indivíduo, com estímulos específicos de acordo com um determinado objetivo. Assim, o treino deve ser sistematizado, devidamente supervisionado e monitorizado, obedecendo sempre a um conjunto de princípios, tais como a intensidade ou sobrecarga, tendo por base o aumento progressivo da carga, não descorando o tempo de recuperação; a variabilidade, devendo ser utilizadas formas variadas de treino, com diferentes métodos, intensidades, movimentos, de acordo com os objetivos estabelecidos; a ação retardada ou adaptação, sendo necessário um tempo entre o treino e a adaptação do corpo motivada por esse treino; a individualidade biológica, ou seja, cada um de nós nasce com uma carga genética que determinará inúmeros fatores, que deverão ser respeitados, individualizando o treino, tendo em conta as especificidades e os objetivos de cada indivíduo; a continuidade, uma vez que para obter resultados temos de garantir a continuidade do processo de treino (estímulo – recuperação – novo estímulo), não devendo o indivíduo treinar uma vez por mês ou de uma forma irregular e a especificidade, devendo o treino ser direcionado em função dos objetivos específicos da atividade escolhida, sobretudo ao nível das qualidades físicas, do sistema energético predominante e das técnicas específicas.

Desta forma, devido à complexidade inerente ao planeamento de treino, o Município de Cantanhede, nesta fase de confinamento, com vista a garantir-lhe a oportunidade de satisfazer algumas das suas dúvidas, sobre este ou outros temas, dispõe de um atendimento online através do seguinte endereço eletrónico: desporto@cm-cantanhede.pt . Assim, basta enviar um e-mail com o seu contacto e posteriormente um técnico superior de desporto fará uma marcação individual online, a fim de lhe prestar os devidos esclarecimentos.


Recomendações OMS

A Organização Mundial de Saúde define atividade física como sendo qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requeiram gasto de energia, assim, segundo esta organização a atividade física moderada e intensa, como caminhar, pedalar ou praticar desporto, revela-se benéfica para a saúde em geral.

Desta forma, a OMS recomenda 60 minutos, por dia, de atividade física moderada a intensa para crianças e adolescentes, enquanto que no caso dos adultos sugere 150 minutos de intensidade moderada por semana, melhorando assim, não só o condicionamento muscular e cardiorrespiratório, mas também, reduzindo o risco de hipertensão, doença cardíaca coronária, AVC, diabetes e depressão.

Com vista a garantir-lhe a oportunidade, através das inúmeras instalações desportivas e de lazer, dispersas pelo nosso concelho, públicas ou privadas, bem como na supervisão e monitorização das ações para promoção de atividade física, a Divisão de Desporto da Câmara Municipal de Cantanhede, sugere que comece o ano de 2021, que agora se inicia, de forma consciente a adotar um estilo de vida mais saudável.

Votos de um excelente ano cheio de vigor e energia.

Segundo a OMS a atividade física corresponde a qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requeiram gasto de energia.

Caminhar, Pedalar, Praticar Desporto = Benefícios para a saúde em geral

Recomendações da OMS:

Crianças e Adolescentes
• 60 min por dia de atividade física moderada a intensa
Adultos
• 150 minutos de intensidade moderada por semana

Principais benefícios de níveis regulares e adequados de atividade física:
o Melhora do condicionamento muscular e cardiorrespiratório
o Melhora da saúde óssea e funcional
o Redução o risco de hipertensão, doença cardíaca coronária, AVC, diabetes e depressão




Somos Aquilo que Comemos

Segundo a OMS “para que possamos garantir uma boa qualidade de vida no futuro, devemos começar já a preocuparmo-nos com a manutenção de hábitos saudáveis, a saber: cuidar do corpo, uma alimentação equilibrada, exercício físico, relações saudáveis, ter tempo para realizar atividades de lazer e vários outros hábitos que propiciem à pessoa bem-estar e qualidade de vida.

A dieta de um indivíduo que pratica atividade física deverá conter, pelo menos, 60% de hidratos de carbono, menos de 30% de gorduras, entre 10 a 15% de proteínas, vitaminas, minerais e líquidos de forma a satisfazerem as necessidades dos indivíduos (Horta, 1996). Assim, a nutrição, pelo adequado suporte nutricional, pode restabelecer o equilíbrio entre os sistemas orgânicos ao reduzir os riscos de doenças. Os nutrientes essenciais para a saúde são:

Hidratos de Carbono: fornecem energia ao nosso organismo (arroz, massa, batata e pão);

Gorduras: nutrientes energéticos e reparadores dos tecidos. Evitar alimentos ricos em gordura saturada e colesterol, sendo aconselhável o consumo moderado das gorduras insaturadas (azeite, azeitonas, amêndoas, óleo de soja, entre outros);

Proteínas: nutrientes responsáveis pela construção e reparação de tecidos, podem ser utilizados como fonte energética (peixe, carnes brancas, clara de ovo entre outros);

Vitaminas e sais minerais: não são uma fonte de energia, mas são necessárias em quantidades mínimas para o crescimento e manutenção da vida;

Fibras integrais: permitem o bom funcionamento do trânsito intestinal, reduzem o aparecimento do cancro e controlam o colesterol (legumes, fruta e verduras);

Líquidos (água): deveremos manter uma adequada ingestão de líquidos de forma a regular o nosso sistema hídrico corporal.

A roda dos alimentos indica que alimentos devem ser incluídos para ter uma dieta saudável e equilibrada. Desta forma,

- Deve ser dada preferência a óleos vegetais, azeite, mas também pode usar as gorduras animais sempre na mesma proporção, bem como consumir de preferência carnes magras, carnes de aves, suínos, peixes e ovos, com periodicidade máxima de 2-3 vezes por semana, incluindo neste grupo também as leguminosas, contendo hidratos de carbono e muitas proteínas;

- Produtos à base de cereais, como pão e massas, batatas e arroz, são uma importante fonte de hidratos de carbono, fibras e de energia facilmente utilizável. Em cada refeição deve comer qualquer alimento deste grupo;

- Beba entre um litro e meio a dois litros de água por dia. De preferência, bebidas sem açúcar: água mineral, chá de frutas sem açúcar ou ervas, sumos de frutas diluídos ou de legumes.



Uso de Bicicleta: percursos cicláveis e estrada – principais regras

Após apresentação do plano de desconfinamento, resultante da Resolução do Conselho de Ministros que  estabelece uma estratégia de levantamento de medidas de confinamento no âmbito do combate à pandemia da doença Covid-19, podemos voltar-nos, cumprindo todas as normas definidas pela DGS, para uma prática de atividade física ao ar livre. Com vista a garantir-lhe a oportunidade, através das inúmeras instalações desportivas e de lazer, nomeadamente as suas redes cicláveis, o Município de Cantanhede, vem por este meio lembrar as principais normas de segurança a considerar, assim como alertar para as possíveis sanções aplicáveis.

Importa começar por salientar que a circulação nos percursos cicláveis não é obrigatória, sendo as bicicletas definidas no código da estrada como velocípedes. Ainda assim, estes devem circular sempre pelo lado direito da via de trânsito, conservando das bermas ou passeios uma distância suficiente que permita evitar acidentes. Por sua vez, os velocípedes podem circular paralelamente numa via, exceto em vias com reduzida visibilidade ou sempre que exista intensidade de trânsito, desde que não circulem em paralelo mais que dois velocípedes e tal não cause perigo ou embaraço ao trânsito. Assim, para que possa conduzir a sua bicicleta de forma segura, terá de respeitar as regras implementadas, mantendo-se atento à sinalização rodoviária, preservando a sua segurança e a dos outros.

As regras de circulação estão previstas no código da estrada, dispostas do artigo 90º ao 96º, sendo expressamente proibido tirar as mãos do guiador, salvo para assinalar manobras de mudança de direção ou paragem, bem como tirar os pés dos apoios ou pedais. A bicicleta terá de circular sempre com as duas rodas na estrada, sendo proibido levantar a roda da frente ou de trás, tanto no arranque como em circulação, bem como fazer-se rebocar.

A utilização de capacete não é de caráter obrigatório, à exceção de utilizadores de bicicletas elétricas, contudo, é indiscutivelmente um importante equipamento de segurança pessoal. No entanto as luzes, tanto as de cruzamento, como as de presença na retaguarda, são de carácter obrigatório e deverão ser utilizadas em todas as situações de visibilidade reduzida e sempre que se justifique.

No que respeita à utilização do uso de telemóvel, bem como a utilização de auriculares em ambos os ouvidos ao andar de bicicleta, à semelhança do que acontece na condução automóvel é proibido, aplicando-se na condução de bicicletas quer nas ciclovias ou na estrada.

 Desta forma, para a condução da bicicleta, tanto em ciclovias, como na estrada é obrigatório andar acompanhado de Cartão de Cidadão/ Bilhete de Identidade. Ainda que não sendo de carácter obrigatório, julga-se importante possuir também um seguro tanto de acidentes pessoais, como de responsabilidade civil.

Em suma, andar de bicicleta, não é só pedalar, sendo importante e obrigatório cumprir as regras de trânsito, constituindo contraordenação, com coimas previstas no código da estrada, entre os 30 e os 150 euros, o não cumprimento da utilização das luzes, bem como a utilização do uso do telemóvel e auriculares em ambos os ouvidos enquanto conduz e por ultimo, a ausência de documento de identificação.


O uso da bicicleta com regularidade traz imensas vantagens a nível ambiental, como a redução da poluição automóvel, não esquecendo a saúde que é sem dúvida uma mais valia, por isso, que tal começar a utilizar mais a bicicleta, faça valer a pena!  





Modos de transporte ativos – ambiente urbano mais sustentável

Caminhar e pedalar, modos de transporte ativos frequentemente negligenciados, são fundamentais para o futuro das nossas vilas e cidades, por toda a Europa, sendo que, atualmente, as cidades europeias já não suportam a excessiva dependência automóvel. Assim, é necessário repensar e incentivar as pessoas a escolher modos de transporte ativos, que para além da flexibilidade que estes proporcionam, demonstram igualmente inúmeros benefícios, tais como, o seu fácil acesso em termos económicos e sociais, a sua confiabilidade, a ausência de emissões e o impacto positivo na saúde.

No que diz respeito à saúde, em média os ciclistas vivem mais dois anos do que os não ciclistas e faltam 15% menos dias ao trabalho devido a doença (Safety in Numbers. Halving the risks of cyclin). Por seu lado, uma caminhada rápida de 25 minutos por dia aumenta em sete anos a esperança de vida. Um estudo extensivo realizado na Noruega concluiu que apenas 30 minutos de exercício diário, como andar de bicicleta, permitiam que os indivíduos vivessem até mais cinco anos em comparação com os indivíduos que não praticavam qualquer exercício (Holme, I., Anderssen, S. A. (2015). Increases in physical activity is as important as smoking cessation for reduction in total mortality in elderly men: 12 years of follow-up of the Oslo II study. British Journal of Sports Medicine).

No que concerne aos benefícios ambientais, uma pessoa que se desloca 8 km em bicicleta para o trabalho, 4 dias por semana, evita 3220 km de condução por ano, o equivalente a 380 litros de gasolina e 750 kg de emissões de CO2. Da mesma forma que, o facto de uma pessoa passar a fazer a pé cinco viagens inferiores a 2 km por semana em vez de utilizar o automóvel, reduz a sua pegada de carbono 86 kg por ano (Potter 2004, referenciado pela Federação Europeia de Ciclistas).

Para além dos benefícios para a saúde e para o ambiente, os modos de transporte ativos, já referidos anteriormente, comportam em simultâneo, benefícios sociais e benefícios de segurança, uma vez que as pessoas que vivem numa rua sem circulação automóvel conhecem melhor os seus vizinhos e entreajudam-se muito mais do que aquelas que vivem em ruas de trânsito intenso. Menos transportes motorizados nas zonas urbanas e mais modos de transportes ativos podem melhorar as ligações e aumentar a interação da comunidade de vizinhança (Aldred, Universidade de Westminster). Assim como, importa salientar, que os benefícios de andar de bicicleta para a saúde ultrapassam os riscos de segurança por um fator de 20 para 1, ou seja, um número mais elevado de peões e ciclistas faz com que caminhar e andar de bicicleta seja mais seguro. Tal é justificado pelo facto de que, quanto maior for o seu número, maior é a expetativa dos condutores encontrarem peões e ciclistas. Por exemplo, o risco de acidente quando se caminha numa localidade onde existe duas vezes mais peões é reduzido 66% (Jacobsen, P.L. (2003). Safety in numbers: More walkers and bicyclists, safer walking and biclyng. Injury Preventtion).

Por último, para além do benefício económico para as empresas locais, a mobilidade ativa também resulta em poupanças consideráveis para os particulares. Um estudo belga, concluiu que o residente médio de Bruxelas que substitua um automóvel por uma bicicleta, pode poupar 2853 € por ano. Este montante inclui custos como a manutenção, os impostos e o combustível, excluindo os custos de aquisição (Transport & Mobility Leuven. (2012). Impacte t potentiel de l’usage du vélo sur l’économie et l’emploi en Région de Bruxelles-Capitale).

Em suma, é urgente mudar de paradigma, voltarmo-nos para um uso responsável do automóvel, optando, por sua vez, pelo uso de transportes públicos e pelos modos de transporte ativos, contribuindo assim para um ambiente urbano mais sustentável. 




Corrida - recomendações e prevenção de lesões

A corrida, habitualmente, é a atividade a que recorremos quando queremos dar início a um estilo de vida ativo, uma vez que, a mesma é uma atividade acessível e conveniente, sendo que a sua popularidade advém da ausência de uma subscrição num ginásio, ou de um espaço/equipamento dedicado, e, quando feita de forma recreativa, não requer um acompanhamento especializado. Contudo, é necessário considerar alguns fatores importantes que afetam a incidência de lesões, principalmente para os corredores novatos, tais como a quilometragem semanal, devendo sempre ser respeitado o principio da carga progressiva.

A evidência cientifica apresenta inúmeros benefícios da corrida para a saúde em geral, para a prevenção de doenças crónicas e mortalidade prematura, independentemente do género, idade, peso corporal e condições de saúde, tendo um impacto positivo na longevidade.  Em geral, os corredores têm um menos risco de mortalidade prematura (25% a 40%) e vivem aproximadamente, mais três anos do que os não corredores (Lee et al. 2017).

Embora não seja conclusivo, segundo Gessel & Harrast (2019), a corrida com cargas de treino baixas (horas/semana e intensidade) pode ser protetora contra o desenvolvimento de osteoartritre, mas, por sua vez, cargas elevadas podem aumentar o risco de osteoartrite. Em geral, recomenda-se limitar o aumento do volume de treino, de 5% a 10 % por semana para evitar lesões (Lo et al. 2017).
Desta forma, uma prática regular e sistémica pode ser a solução, mas existem sempre riscos inerentes, pois trata-se de uma atividade com um impacto relativo sobre todo o sistema musculoesquelético.



Conteúdo atualizado a 11.03.2021